Este “causo” faz parte de um acervo de textos para um livro escrito a quatro mãos com meu Grande e Saudoso Primo Fernando Corpa, que também integrou a Equipe Troféu Pesca. Embora pronto, o livro nunca foi publicado.
Bomediano
Meu Irmão Tonico sempre gostou muito de pescar no mar. Tem uma irrefreável preferência pelas costeiras mais íngremes e perigosas. “É ali que estão os grandes”, costuma dizer. Com isso sempre conseguiu fisgar grandes peixes e, oriunda daqueles tempos em que ainda não havia a ideia de pesca esportiva, tem até uma cabeça empalhada de uma garoupa que fisgou em uma costeira na ponta sul de Ilhabela, denominada Pedra Taubaté. O peixão pesou vinte e seis quilos e setecentos gramas. Costuma exibir este troféu com orgulho e satisfação, não sem contar como foi a “luta” para tirá-lo da água.
A Pedra Taubaté, um local que teve o acesso proibido, foi no passado, enquanto era de acesso livre (hoje parece que já não é), muito procurada pelos pescadores de costeiras. Lugar especial, muito bonito, tem um grave problema: perigoso ao extremo! É uma grande pedra cujo acesso fica submerso na maré alta, impedindo a entrada para pescar, ou pior, impedindo a saída de quem ali esteja pescando e não perceba a subida da água. Em dias de ressaca costuma ser varrida pelas grandes ondas e é aí que está o grande perigo. Com o impedimento da saída, resta aos descuidados ficarem sobre a pedra, à mercê da sorte, podendo variar desde apenas passar um bom tempo preso lá em cima quando o tempo esteja bom, ou então ter de enfrentar enormes ondas que a varrem impiedosamente caso o tempo esteja ruim. Infelizmente já morreu gente ali por descuido ou esquecimento desta sua particularidade. Do lado norte tem menor profundidade, mas do lado sul é muito profundo e costuma ser a moradia dos grandes vermelhos e das grandes garoupas.
Por ser um lugar de grande ocorrência de espécies marinhas, especialmente tartarugas, é também muito frequentado, além de pescadores, por mergulhadores, principalmente, do lado mais raso.
Em uma de suas pescarias naquele lugar, estando Tonico a pescar no lado mais fundo não obteve resultado. Foi então tentar do outro lado. Iscando uma sardinha em anzol 3/0, arremessava o mais longe que conseguia e vinha recolhendo numa espécie de corrico. Usava desse artifício porque ali havia muita pedra no fundo e caso afundasse, a isca fatalmente se enroscaria.
No segundo arremesso, sentiu um tranco na linha e bateu firme para ferrar bem. Uma vez fisgado, o bicho reagiu com muita briga. Em sua imaginação viu crescer um enorme peixe. A luta seria dura, pois o danado era forte. Dava tremendos puxões na linha, que Tonico interpretava como “cabeçadas” e já contava com uma grande captura e mais um grande troféu para empalhar.
Depois de pouco tempo, qual não foi a sua surpresa quando pôde ver sair à tona, um indivíduo, gritando desesperadamente, tentando sinalizar ao nosso pescador que não pescara um peixe, mas sim um mergulhador! As “cabeçadas” na linha, sentidas por Tonico eram na verdade, puxões que dava o mergulhador tentando evitar estrago maior em sua roupa de neoprene, onde o anzol se fixara.
Tonico, em sua “preocupação” de pescar nem reparou quando chegara um grupo de mergulhadores para ali se divertir e praticar caça submarina. Depois de muitas risadas e desculpas um ao outro, cada qual voltou ao seu esporte, agora com mais cuidado para se evitarem novas surpresas.
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Grande Bomediano, quem dorme sonha quem vive realiza junte todo esse acervo e se tem falta de mais alguns textos, certamente o nosso amigo Mauricio será a quinta mão na publicação de memorável livro.
Quanto ao causo felizmente o Tonico fisgou um troféu não desejado que pesou além dos vinte e sete quilos da Garoupa, e digo felizmente por ser um corpo vivo…já pensou se fosse um cadáver humano já cheio de mordiscadas…
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Tonico pensou que tinha fisgado o peixe de sua vida kkkkkkkkk Sobre o livro, quero respeitar meu primo Fernando Corpa, que forneceu boa parte das estórias e que partiu para outro plano antes do combinado, de maneira que o livro não será levado ao término. Contudo, algumas das estórias subirão aqui a conta-gotas. E tem mais do Mauricio também para subir. Forte abraço meu amigo!
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Mas bem que poderia edita-lo em memória ao primo Fernando, uma pequena edição homenageando – O, podendo agraciar os dos círculos familiar e disponibilizando com pré-venda alguns amigos interessados. Eu seria um a contribuir no custo.
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É algo a se pensar…
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