©Texto e fotos de Bome
Montagem Texas (Texas rig)
Este é o mais conhecido sistema de montagem, sendo inclusive, usado pela maioria dos praticantes da pesca do Bass, sobretudo iniciantes. Pela sua versatilidade, costuma ser usado para pescar nos diversos níveis de profundidade, em qualquer estação do ano.
A montagem utiliza um tipo especial de anzol (Offset e Offset Wide Gap) porque com ele a isca fica perfeitamente alinhada no anzol, permitindo esconder-se a ponta para evitar enrosco.

Muito simples, consiste em atar um anzol do tipo especial para minhocas ou iscas de silicone, diretamente à ponta da linha principal, não sem antes fazê-la passar por um peso tipo “bala”, que deverá ficar solto na linha. Com isso, o peso figurará, ainda que rusticamente, como uma “cabeça” para a isca, mas na verdade sua função é mesmo de fazer afundar mais rapidamente o conjunto.
Os pesos criados para este fim eram bem difíceis de se encontrarem no mercado brasileiro, mas atualmente já são bem frequentes nas lojas e no mercado online. Embora tenham um formato um pouco diferente, cumprem perfeitamente sua função (chumbada.com.br).

Tal peso sofre variação de acordo com a profundidade a que se está pescando e também em relação ao peso, consistência e tamanho da isca escolhida. Também será importante usar um peso maior em dias de vento.


Forma de Trabalhar a Montagem => É bastante variada. No entanto, as mais comuns são:
a) fazer o conjunto vir se arrastando pelo fundo, bem lentamente, inclusive provocando pequenas paradas, a ponto de fazer parecer com que a isca esteja exausta ou morta;
b) fazer o mesmo trabalho acima indicado, porém acrescentando saltos repentinos à isca (isso se consegue com pequenos toques de ponta de vara para cima ou para o lado);
c) Fazer o conjunto vir se movimentando de maneira a que a isca dê mais e repetidos saltos repentinos;
d) Simplesmente arrastar o conjunto sem qualquer sobressalto, mas preferencialmente de forma lenta;
e) Pescando no meio de galhadas, deixar o conjunto descer para voltar a recolher e deixar descer novamente entre a ramagem, continuando a recolher fazendo a montagem passar sobre os galhos e deixando descer novamente.
Existem variações importantes na montagem “Texas” que merecem ser consideradas, sempre em razão das condições de pesca e na busca de melhores resultados.
Quando se pesca em dias difíceis, ou quando a água se apresenta um tanto suja ou turva, imagina-se que o peixe estará com pouca visibilidade. Embora isso não esteja totalmente comprovado, nunca será demais usar alguma artimanha para chamar sua atenção para a isca. Isso geralmente se faz com barulhos, sons, vibrações, que de alguma maneira destinam-se a despertar o instinto inato no predador/caçador. É a hora de se usar o sistema chamado de “Doodling” ou “Shaking“, que consiste em uma variação do “Texas” para provocar vibrações, onde, entre o peso e a isca se coloca uma ou duas miçangas, geralmente de vidro, cristal, cerâmica ou até mesmo plástico.
Na foto, um exemplo com miçangas de plástico na variação “Flórida” que mais abaixo vai explicada.

Situação diversa da anterior, quando se pretende pescar entre estruturas e vegetação muito emaranhados, o sistema com o peso solto costuma gerar enrosco com muita facilidade. Isso ocorre porque estando solto na linha, ao cair sobre um galho, o peso pode cair para um lado e a isca para o outro, dificultando e prejudicando o correto e adequado trabalho do conjunto. Para estas condições, existe a variação “Flórida-rig“, minha preferida, que consiste simplesmente em prender o peso.
Embora existam várias maneiras para fixar o peso na linha, algumas podem resultar em ferimento na linha, fragilizando-a em sua resistência, de maneira que o melhor é usar a borrachinha limitadora (“stopper“), especial para este fim, que considero o melhor dispositivo para esta finalidade. Na falta desta borrachinha, serve também fazer isso com borracha de elástico de dinheiro e resulta muito bem.

Nos exemplos, os pesos foram travados com a borrachinha limitadora.

Conforme já explicado mais acima, este sistema de travagem do peso, desde que se usem duas borrachinhas (uma antes e outra após o peso), pode também servir para converter rapidamente a montagem Flórida em montagem Carolina, sem ser necessária a utilização de um girador, bastando então, afastar o peso do anzol, iniciando com distância mínima de cerca de 15 cm e aumentando esta distância conforme o gosto e opinião do momento.
Montagem “No Sinking“ => Embora alguns puristas prefiram não enquadrar esta montagem dentro do conceito “Texas-rig“, não deixa de sê-lo, bastando apenas que não se utilize qualquer tipo de peso na montagem, quando então simplesmente se ata o anzol na linha principal, ou usando um snap para facilitar a troca do anzol ou sua inserção na isca se for anzol lastreado.

Este tipo de montagem é muito bom para iscas do tipo “floating” para trabalhar na superfície e do tipo “suspending“, para trabalhar em variadas profundidades, sem no entanto haver submersão rápida. No entanto, tranquilamente podem ser usadas iscas que afundam e vai funcionar muito bem.
Muito se fala ou se escreve que por ser uma montagem para ser usada mais na camada superior de água, requer então cores mais específicas para este fim, ou seja para trabalhar na contra-luz, mas podem ser usadas iscas de quaisquer cores e vai também funcionar.
Embora citada para pesca na camada superior de água, nada impede que se use em situações de pesca em maiores profundidades, quando então as melhores iscas para este fim serão aquelas que afundam mais rapidamente que uma do tipo “floating“, tipo as famosas “Senko“. Há outras iscas carregadas de sal, com peso suficiente para uma descida rápida como as “Senko“, mas há também aquelas que promoverão uma descida lenta, bastante produtiva. Isso requer bastante calma e paciência para esperar – se o peixe não atacar a isca na caída – que a isca atinja a profundidade esperada e só então começar a promover os trabalhos de recolhimento, combinando, ou não, com toques de ponta de vara.
Na foto, um exemplo de montagem “No Sinking” para atingir maiores profundidades com uma isca “Senko“. Neste caso, a isca ajuda bastante no arremesso.

Para finalizar, considero a montagem Texas-rig em qualquer de suas variações, a mais versátil e de maior eficácia na pesca de Black-basses em qualquer situação. Sua versatilidade está nas formas acima apresentadas e na possibilidade de se usarem chumbos de diversos pesos. O uso de chumbos mais pesados é quase sempre mais indicado para pescar sob ação de vento forte, mas há dias em que a água está bem lisa, sem vento e o peixe só ataca a isca se ela afundar bem rápido, o que então, justifica o uso de pesos maiores, mesmo sem estar ventando. E há também aquele dia em que se afundar rápido demais não vai ter ação, demandando usar peso menor, ainda que diante de algum vento. Isso demonstra que é preciso observar e por consequência vai resultando em percepções que muito ajudarão ao pescador tomar a decisão para mudar o curso da jornada.
É óbvio que apesar de muita observação e senso crítico, vai acontecer de falhar também, mas aí, a falta de peixe não será em razão de que o pescador não tenha se esforçado e tentado.
Em todas as situações acima, em razão da necessidade de uma maior sensibilidade, demanda utilizar linha de flúorcarbono, ao menos, no líder, mas na falta desta, é possível pescar com linha ou líder de monofilamento normal, mas em razão de sua maior flexibilidade, haverá perda de sensibilidade, o que pode vir a contribuir sobremaneira para um mau resultado.
O uso de linha de multifilamento com líder de flúorcarbono, vem sendo usado pelos pescadores de Basses e já há aqueles que utilizam somente a linha de multifilamento muito fina atada diretamente no anzol, sem o uso de qualquer líder. No meu caso venho utilizando linha de multifilamento combinada com um líder montado em linha de flúorcarbono de extensão variando de 4 a 6 metros, de maneira a impedir que o peixe perceba a linha de multifilamento. O pescador até pode adotar o uso somente de multifilamento, mas o uso de um líder transparente acaba sendo fundamental onde haja muita pressão de pesca, o que deve ser sopesado.
A recomendação de varas para a montagem é sempre direcionada para aquelas que possam garantir uma fisgada firme e sobretudo maior sensibilidade para que o pescador possa sentir que o peixe esteja na isca. Pelo mesmo motivo, também se recomendam varas mais longas, de no mínimo, 6 pés, além de facilitarem o arremesso. No entanto, não será por falta de uma vara dessa, que o pescador deixará de pescar verdinhos. O importante é que consiga arremessar a montagem e com isso estar na chance de poder fisgar o peixe. Depois, com o tempo o pescador vai percebendo onde precisa melhorar e vai se aprimorando, pois a cada jornada já terá elementos para uma melhor análise.
Bem, depois de tanta informação sobre esta montagem e todas suas variações, sugiro treinar e testar, porque é muito efetiva na pesca de verdinhos, lembrando que também é igualmente efetiva na pesca de traíras e é amplamente utilizada para este fim.
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Quanta informação valiosa! Obrigado por compartilhar toda sua experiência meu irmão! Parabéns!
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Você é um de meus incentivadores, na verdade o maior incentivador, meu Irmão! Valeu!
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Excelente! Grande Bome.
ao fazer esta leitura me ocorreu o pensamento de : com o vosso consentimento, copiar e editar texto e imagens na elaboração fisica de um manual, por ser um leigo aprendiz nas técnicas aqui compartilhada. não creio que lembraria dos detalhes na montagem, para tanto vou aguardar o final destas aulas especifica caso ocorra a ver com os nomes listados nas variações.
quando então estarei a comprar os materiais citados.
Valeu Bome. obrigado! Deus o ilumine sempre a continuar como nosso “mestre” nesta arte.
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Muito grato, meu amigo Roque! É para uso de meus amigos, de maneira que tem meu consentimento, pois fazer o manual é algo que possa vir a ser proveitoso para você. No entanto, vejo até como desnecessário, vez que estará sempre aqui, à disposição, para consulta online até mesmo durante uma jornada de pescaria. Forte abraço.
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